sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Estudo sobre a vinda do Senhor Jesus

DIA DO SENHOR INESPERADO?  

Em I Tessalonicenses 5:2-3 está escrito:

"Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança! Então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão".

Esta passagem é utilizada pelos defensores do arrebatamento anterior à tribulação, tomando como base o caráter “inesperado” desse acontecimento mostrado por Paulo nestes versículos, para explicar a existência de um arrebatamento oculto e anterior à tribulação. Porém, temos que observar alguns tópicos importantes para entender melhor que foi escrito pelo apóstolo dos gentios.

a) Alguns podem argumentar que o cenário apresentado por Paulo, de "paz" e "segurança", não condiz com a realidade caótica denominada tribulação, colocando o arrebatamento (Dia do Senhor) como um evento pré-tribulacional. Entretanto, o apóstolo não diz que haverá paz e segurança, e sim “...quando disserem...”. Quando estudamos a figura e atuação do anticristo, descobrimos que ele terá um grande poder de convencimento e manipulação através da fala, e, sem dúvidas, essa promessa de paz e segurança virá dele. Com esse discurso, ele seduzirá a muitos durante a tribulação até o momento final em que reunirá todos os exércitos da Terra contra Israel. Acreditamos que ele usará como argumento para convencer todas as nações a marcharem contra Israel, a paz e a segurança mundial, afirmando que a nação israelense seria o único obstáculo para que isso finalmente acontecesse no mundo.

b) Note que o apóstolo começa a sua narrativa explicando o que acontecerá no DIA DO SENHOR. Quando estudamos mais detalhadamente o que é considerado na Bíblia como "Dia do Senhor", vemos que ele está sempre relacionado com a segunda vinda de Jesus em glória, quando Ele retornará para livrar o seu povo, derrotar os exércitos do anticristo no Armagedom e instaurar o seu reino de justiça. Isso fica claro em passagens como Joel 2: 31-32:

"O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como disse o Senhor, e entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor chamar"

Outras passagens que relacionam diretamente o Dia do Senhor à sua vinda em poder e glória como Rei e Juiz, estão em Isaias 13:6, Joel 1:15, II Pedro 3:10, Isaias 13:9, Joel 2:28-32, Zacarias 14:1-2 e Joel 2:1-11. 

c) A incoerência mais marcante do raciocínio pré-tribulacionista ligado a essa passagem está relacionada à gritante deturpação do sentido que Paulo quer ensinar aos irmãos em Tessalônica. O argumento pré-tribulacionista diz assim: "Ora, se o Dia do Senhor virá como um ladrão na noite, então o rapto só pode ser secreto e antes da tribulação, pois se fosse logo após a grande tribulação todos ficariam sabendo e já não seria inesperado como a chegada de um ladrão na noite...".

O argumento acima é, sob a ótica humana, plausível. Porém, à luz do que é ensinado no próprio contexto por Paulo e no que é revelado no Apocalipse, tal argumento e totalmente antibíblico. Se formos um versículo mais adiante da passagem inicial (I Tessalonicenses 5:2-3), veremos Paulo ensinando que para nós, discípulos do Senhor, o Dia Dele não nos surpreenderá como a chegada de um ladrão à noite, porque já não estamos mais em trevas! Logo, o Dia do Senhor surpreenderá que está em trevas. O Dia do Senhor não surpreenderá a Igreja. O Senhor não virá como um ladrão para a Igreja e sim para aqueles que estiverem em trevas. É isso que Paulo ensina.

Por outro lado, a revelação apocalíptica deixa claro que, mesmo em meio à grande tribulação e até mesmo nos momentos finais dela, os ímpios não atentarão para a proximidade da vinda do Senhor, fazendo com que todo argumento pré-tribulacionista referente à necessidade de que os eventos ocorram antes da tribulação para "surpreender" as pessoas, caia por terra. É só ler Apocalipse 9:20-21 e Apocalipse 16:10-11. Os homens só se lamentarão e chorarão amargamente diante de sua condenação iminente quando virem ocorrer os sinais cósmicos que antecedem a gloriosa vinda de Jesus (Mateus 24:30, Apocalipse 1:7, Apocalipse 6:12-17).

               O TERMO “APOSTASIA” DESCREVE O ARREBATAMENTO?

O termo "apostasia" em II Tessalonicenses 2:3 é interpretado por alguns como "retirada", apontando para uma saída da Igreja antes da manifestação do anticristo.  Porém, nesse contexto temos que destacar alguns pontos que se opõem frontalmente a essa idéia.

Em primeiro lugar destacamos um princípio que é fundamental. A submissão de Paulo aos ensinamentos do Senhor Jesus. O Mestre profetizou que antes de Sua gloriosa volta haveria esfriamento do amor ágape por parte de muitos (Mateus 24:12). Logo depois, Ele revela que haverá a abominação desoladora no lugar santo. Paulo, na passagem aos tessalonicenses, coloca a apostasia e a manifestação do anticristo como sinais que antecedem a vinda do Senhor e o nosso encontro com Ele nos ares, para ensinar que tais sinais deveriam ocorrer antes do regresso do Senhor. Então, não há razões para não crer que Paulo estava citando aos tessalonicenses os mesmo sinais que já haviam sido profetizados pelo Mestre!

Em segundo lugar, devemos considerar a coerência de Paulo no ensino ministrado durante todo o seu ministério. A segunda carta aos tessalonicenses foi uma das primeiras escritas pelo apóstolo. Porém, pouco antes de ser martirizado, ele escreve a Timóteo e ensina que no final dos tempos muitos apostatariam da fé (I Timóteo 4:1), voltando a lembrar o ensino original do Senhor.
 
Por outro lado, caso Paulo estivesse se referindo ao um rapto secreto ao escrever a palavra "apostasia", por que esse importante ensino não foi levado adiante pelas gerações seguintes? Analisando os textos referentes à Igreja nos primeiros séculos não há qualquer referência a um rapto secreto antes da tribulação ou antes da manifestação do anticristo. Os irmãos dos primeiros séculos não tinham qualquer crença nesse sentido. Eles criam na vinda do Senhor tal qual ela foi descrita em Mateus 24:29-31.

Por último, citamos o contexto. Faz parte de qualquer regra elementar de interpretação das Escrituras a consideração do contexto. Se formos ao começo do texto em questão, veremos que o apóstolo Paulo ensina aos irmãos que estariam atribulados na ocasião da vinda do Senhor, que Ele viria como labareda de fogo e com os anjos do seu poder, para trazer-lhes alívio ou descanso. Ou seja, o contexto apontado por Paulo é o da vinda do Senhor para aliviar a Igreja atribulada e não para evitar que a Igreja ingressasse na tribulação.

              A IGREJA OU O ESPÍRITO SANTO DETÊM A REVELAÇÃO DA BESTA? 

Outro texto bastante usado pelos defensores do arrebatamento pré-tribulacional está escrito em II Tessalonicenses 2:7: 

"Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado" 

Muitos usam esse texto para argumentar que aquilo que detém a manifestação e revelação do anticristo e seu sistema, é a Igreja. Outros sustentam que se trata do próprio Espírito Santo ou até mesmo os dois (Espírito Santo e Igreja). Acontecendo o arrebatamento da Igreja, o Espírito Santo deixaria a Terra à mercê do poder do anticristo para que ele se manifeste plenamente. Vejamos, porém, alguns tópicos:

a) É visível na Bíblia a atuação do Espírito Santo mesmo em plena grande tribulação. Senão, como exerceriam o seu ministério as duas testemunhas descritas em Apocalipse 11:1-14? Elas profetizarão por mil duzentos e sessenta dias e serão mortas pelo anticristo, porém reviverão após três dias e meio de forma sobrenatural. O texto contido em Daniel 7:21, deixa transparecer que muitos santos serão martirizados na mesma ocasião da morte das duas testemunhas. Agora reflita um pouco: Para quem profetizariam essas testemunhas, se não existissem pessoas sedentas de ouvir seu testemunho? Como ouviriam e seriam convencidas se o Espírito Santo, que convence de todo pecado e testifica aos nossos corações, não estivesse agindo na Terra durante o ministério das duas testemunhas? Com que poder elas ressuscitariam, se não fosse o poder divino? É importante saber que, mesmo durante a grande tribulação, DEUS ESTARÁ NO CONTROLE DO UNIVERSO E DA TERRA.

b) A revelação do Apocalipse deixa claro que um número considerável de pessoas não se dobrará diante do anticristo e se negará a receber a marca da besta, guardando sua fé até o fim (Apocalipse 7:9-17). Essas pessoas fazem parte do corpo de Cristo que é a Igreja, a menos que se queira dividir o Corpo em segmentos, o que se opõe a toda revelação bíblica. 

A seguir, abordaremos mais detalhadamente essa passagem escrita por Paulo aos tessalonicenses em sua segunda carta, pois cremos que ela encerra revelações cruciais. Durante séculos a identidade de "quem" e "o quê" detém a revelação do anticristo, tem provocado o surgimento de muitas opiniões, o que é compreensível, pois Paulo não revela sua identidade. Daremos nossa posição a respeito, salientando que é apenas aquilo que entendemos sobre o tema, o qual não comporta posições dogmáticas:

1. Há uma dualidade de referências ao que impede a revelação do anticristo. No versículo 6, é usado o termo "o que o detém". Já no versículo 7 é usado um pronome pessoal: "somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado". Isso descartaria apenas um objeto/ação/instituição ou apenas uma pessoa. Conseqüentemente cremos tratar-se de uma pessoa e ao mesmo tempo uma estrutura ligada a essa pessoa.

2. O apóstolo Paulo relaciona a revelação do anticristo ao fato dele assentar-se no Templo de Deus. O apóstolo segue a mesma linha seqüencial usada por Jesus no sermão profético (Mateus 24:13-15). O assentar-se no Templo de Deus está relacionado à abominação da desolação, que ocorrerá num dia e num local específico (não acreditamos que a abominação desoladora possa ser alegorizada, já que a compreensão dos interlocutores de Jesus e de Paulo estava voltada a um evento literal profetizado por Daniel, cronologicamente situado no cenário profético). Portanto, se o encontro de Jesus e da Igreja se dará após a apostasia e a revelação do anticristo (abominação da desolação), logicamente, a Igreja não parece ser o que impede essa revelação (II Tessalonicenses 2:1-3).

3. No cenário apocalíptico, vemos uma Igreja que guarda os mandamentos de Deus e mantém o testemunho de Jesus, e vemos cristãos martirizados pelo governo do anticristo por seu testemunho (Apocalipse 12:17, 6:11, 20:4). Isso mostra a presença do Espírito Santo em meio à Igreja, mesmo após a revelação do anticristo, até porque o Espírito Santo foi enviado para consolar e guiar a Igreja e não para controlar os poderes do mundo. Conseqüentemente isso descartaria uma possível "remoção" do Espírito Santo da Terra para que o anticristo possa se manifestar.

4. Paulo revela que o mistério da iniqüidade já estava atuante no século primeiro (versículo 7). A partir do momento que Paulo fala no presente e projeta o clímax desse mistério no futuro, logicamente "aquilo/quem" impede esse clímax tem estado vivo e atuante nesses últimos 2000 anos, impedindo essa manifestação plena do mal. Isso descartaria a hipótese do Império Romano, que ruiu há muito tempo. Note que Paulo fala de resistência ao mistério em si e não propriamente à revelação do anticristo. Essa revelação será uma conseqüência física de causas espirituais.

5. Quem resiste precisa ter uma autoridade ou força maior ou pelo menos semelhante à força que está sendo resistida. Afinal de contas, estamos falando de 2000 anos de resistência...

6. O termo grego usado para "resiste", indica um ato contínuo de resistir, um confronto direto ou combate entre duas forças e não a mera "presença" de duas forças antagônicas.

Devido a essas razões e respeitando todas as outras, já que estamos abordando um tema não revelado diretamente na Palavra, cremos que "quem" e "o que" resiste o clímax do mistério da iniqüidade e sua concretização num evento específico, num local específico e num dia específico (abominação da desolação), é o arcanjo Miguel e suas hostes. No livro de Daniel, fica a clara conotação que o arcanjo Miguel, um dos primeiros príncipes, cumpre funções de resistência espiritual. Isso fica exposto em passagens como Daniel 10:12-13, Daniel 10:20-21 e Daniel 12:1. O mesmo arcanjo cumpre missões de combate espiritual, como fica registrado em Apocalipse 12:7, numa passagem notavelmente relacionada ao princípio da grande tribulação.

Baseados nestes princípios e revelações escatológicas, nós acreditamos que o arrebatamento e subseqüente encontro da Igreja com o seu Senhor e Salvador, terá lugar no momento em que no céu aparecer o sinal de Cristo, ou seja, no momento de sua segunda vinda. Essa segunda vinda será um evento único e acontecerá logo após a grande tribulação.



VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA ESSA VINDA? 

VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA NÃO SE PROSTRAR DIANTE DA IMAGEM DA BESTA NEM RECEBER SEU NÚMERO, MESMO QUE ISSO TRAGA SEU MARTÍRIO?


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